sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Tá chovendo satélite

Um satélite em desuso desde 1985 - estamos cercados de lixo cósmico - está caindo, do tamanho de um micro ônibus, esta noite. Quem o lançou só tem uma certeza: não vai ser na América do Norte. Maravilha, realmente somos o quintal. A chance de acertar uma pessoa é de "apenas" uma em 3.200! Eu estaria preocupado porque esta estatística não existe em nenhuma loteria. Mas se este coletivo transgênico vir abaixo no Brasil o que pode acontecer?
Caso ele der a falta de sorte de se esparramar em Sampa, vai levar multa de um marronzinho, que se estiver muito perto vai ficar chamuscadinho. Se a placa da NASA terminar em 9 ou 0, multa por desrespeitar o rodízio. Se estrebuchar dentro da área limítrofe dos coletivos particulares, multa. Ele pode aterrizar nas marginais, vai demorar para ser guinchado. Se cair na Rodovia dos Imigrantes será depenado e a CIA não vai achar um só parafuso. E se for no Rodoanel Sul ninguém vai saber, o satélite que está funcionando não vai localizar. Mas o último imperador já proibiu a queda de satélites na capital paulista...
Ele pode desmilinguir nos pampas e aí vai ser um belo Fogo de Chão. Se baixarrr na cidade maravilhosa será sequesstrado. E em Salvador, vixe, vai levá uma  s e m a n a  prá despencá, a tempo de Ivete ou Leite programá um rala coxa cheio di axé. Pode ser que ele chegue em alguma estação das Minas, ô treim bão piquinininho, cheio de ardentura para dourar a pururuca. No Ceará vai ser um aviso de Padim Cícero, e uma romaria vai rezar em torno daqueles ferros em brasa.
Mas ele pode aportar em Parintins onde é garantido que, caprichosamente, as águas do Tapajós irão apagar qualquer incêndio. E se for em Belém vai ter que ver o peso para valer alguma coisa. Ele pode abrir uma cratera em Foz do Iguaçu ou misturar as cores do Negro e Solimões. Em Brasília, não, hoje é sexta-feira, não acertaria quem deveria ser acertado.
Ele pode fulminar a capital do Brasil, pode estar até programado para isto, aí não precisa ficar preocupado, quem mora em Buenos Aires é que deve por os alfajores de molho (não esqueça que o trambolho é americano e a maioria falta nas aulas de geografia).

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