terça-feira, 29 de novembro de 2005

Até quando vamos ser os primos pobres?

Acho que está faltando calabreza nas veias romanas do Palestra Itália. Quisera que a mesma vontade autocanibalística fosse direcionada para os que defendem outras cores. Episódio mais recente: Leão, nosso técnico salvador da pátria, expulso do jogo contra o Internacional.
Não ouvi, li ou decifrei nenhum diretor questionando o árbitro, defendendo o técnico ou, pior, defendendo o Palmeiras. O fato é que o pênalti foi duvidoso, e tanto o árbitro quanto o “mesário” eram do sul. O árbitro atua no Paraná e o mesário é gaúcho. E o fato deste último ir receber brindes no vestiário colorado, logo após o jogo, é passível de questionar sua imparcialidade ao dizer sobre a agressão do técnico adversário.
Parece que o Palmeiras tem medo de ser grande. Não é o caso de se ganhar nos bastidores, mas de se fazer representar, igualar as forças para que as decisões ocorram sempre dentro das quatro linhas. Nossos atletas, quando são julgados, nunca são absolvidos, e uma expulsão sempre tem dois jogos a cumprir.
Juninho pegou um“gancho” por vídeo denúncia depois do apito final. Amoroso deu cotovelada no jogo contra o Flamengo, Gustavo Nery agrediu Dimba (e só este último foi expulso), Tevez simulou pênalti duas vezes contra a Ponte e não levou amarelo e nestes casos não houve punição do olho eletrônico nem questionamentos. Hoje a mídia clama que Leão pode pegar até um ano.
Até agora nenhum cardeal alviverde se pronunciou para poupar o técnico do desgaste de explicar a situação. Leão precisa se concentrar apenas, e já é uma árdua tarefa, em montar o time para vencer o Fluminense e carimbar nossa participação (13º) na Libertadores. Não esqueçam que o Fluminense é o time do presidente da CBF e se o árbitro “sorteado” for o Wilson de Souza, do DF, vamos ter que jogar muita bola...

Edman Izipetto, jornalista e apreciador de sabores picantes
29/11/2005