quarta-feira, 29 de março de 2006

Nosso time é limitado ou será a torcida das minorias?

            É uma má vontade quando o assunto é Palmeiras. Realmente não sei se é parcialidade, falta de patrocínio ou dificuldades em conseguir informação.  Não houve jogo contra o time da marginal sem número. Apenas o lance irregular daquele frankstein portenho. E parece que o Palmeiras foi beneficiado todo o campeonato pela arbitragem. Esqueceram do gol anulado erradamente contra o Rosário (é outro campeonato, mas o poderoso Verdão precisa de apito, ou ponto, amigo?).
            A própria mídia já definiu que o time do Palmeiras é limitado. Não ganhou nenhum clássico. Pois é, o melhor elenco do futebol brasileiro, segundo a mesma mídia, não só não ganhou nenhum clássico como ainda perdeu da Portuguesa e do São Caetano, times intermediários e dos quais nós ganhamos. Limitados ou não, estamos na frente do elenco cujo patrocínio é investigado pelo Ministério Público e Interpol.
            E os colegas aplaudem os xingamentos do frankstein portenho e do “mas que engano” contra Edmundo. Disseram em bom portunhol que ele está velho e é melhor se aposentar. Não há nada de errado nessas declarações? Fosse Edmundo negro mudaria alguma coisa? Mudaria...
            Edmundo não é negro. É brasileiro e está exercendo sua profissão sem nenhum favor, é pago por isso. Os dois visitantes, estrangeiros, estão sim de favor. Precisam de visto para exercer qualquer trabalho em nosso país. Este visto pode ser cancelado por má conduta. E discriminar alguém fere a constituição. Ao dizer que Edmundo estava velho e era melhor aposentar-se o discriminaram. Onde está o delegado prestimoso que foi tão eficiente no caso Grafite?
            Ao contrário, é Edmundo quem terá que explicar suas declarações ao TJSP. É o tango do crioulo doido...

                                   Edman Izipetto, jornalista, mais fã da bossa nova que outros ritmos
29/03/2006

quarta-feira, 15 de março de 2006

Os alkimistas estão chegando

            Nossa, os tucanos escolheram o candidato! Quer dizer, o triunvirato bateu o martelo, penas voaram, macadâmias e scoty (como a esquerda intelecneoliberal gosta de chamar whisky) e até uma comemoração de vitória, que a arrogância peessedebista não conseguiu conter, parece ter encerrado o longo caminhar sobre o muro da indecisão. Tudo acabou em pizza, literalmente.
            Engana-se quem acha que essa “escolha” demorou os últimos meses (ou o último final de semana) para ser definida. Guardião da pedra filosofal do Palácio dos Bandeirantes há 11 anos, dois meses e 15 dias, o médico de Pindamonhangaba já traçara o mapa do destino nas eleições municipais.
            Aclamado como única opção para derrotar Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo, Serra bem que tentou resistir, mas caiu na armadilha. Aceitou a disputa, ganhou a prefeitura, mas renunciou a sua própria vaidade de ser presidente. Recordando, naquela época, pré-denúncias e CPIs, Lula seria imbatível numa reeleição.  Na época a estratégia de Serra foi correta, aguardaria a reeleição à frente da prefeitura e depois, sim, concorreria novamente à presidência. Mas o cenário mudou.
            Para o governador era tirar um (forte) concorrente interno da disputa. Comprometido com a cidade mais importante economicamente, dificilmente o prefeito então eleito, deixaria o terceiro orçamento da União para concorrer à presidência e correr o risco de perder novamente. De quebra deixaria um mandato de mais de dois anos, na prefeitura de São Paulo, de bandeja para o PFL, que é um ótimo aliado desde que ocupe a sala da vice alguma coisa. Seria uma traição ao eleitorado paulistano.
            Para o futuro ex-governador é a projeção nacional que ele, hoje, não tem. Está em final de mandato, não pode ser reeleito no estado e o que vier é lucro. Ganhando ou perdendo a eleição, o alkimista sairá ganhando. Apoiou o Serra para chegar à prefeitura para que ele fique lá, cuidando para não deixar o PT vencer de novo. Aos pregadores da ética de plantão cabe requentar velhas denúncias, atiçar as fornalhas de depoimentos sem provas e aguardar. Afinal, de fogo e caldeirão, os palácios estão cheios. Preparem-se caminhoneiros, a temporada de pedágios está aberta...

Edman Izipetto
15/03/2006