sexta-feira, 29 de outubro de 2004

Que falta faz... será?

Há no ar uma certa bruxaria. Tanto as escolas de inglês fizeram que o dia das bruxas entrou no calendário nacional, ou melhor, na planilha comercial das lojinhas que vendem estas traquinagens contra o nosso folclore.
A semana ajudou muito: eclipse total da lua, mal súbito em jogador de futebol em pleno jogo, chuva com trovoadas pela manhã e céu limpo ao entardecer, frio de 13° à noite e calor de 26º no meio da tarde e até um deputado incorporou um espírito em plena sessão do legislativo sincrético baiano. Mistérios e um clima de vassoura a varrer os santinhos das campanhas políticas do segundo turno.
Voltando às lojinhas. Antes era um porto seguro para aquela lembrancinha maneira, quando se estava sem muito capital e a necessidade te impelia para presentear alguém. Em que pese a dificuldade em tolerar aquela mistura de incenso, vela e sabonete, sempre sobrava um cristal que servia aos propósitos de impressionar e o mais importante, os lugares estavam sempre vazios.
Com a moda os preços viraram uma grande mandinga. Do alfinete que fura os “olhos do mau olhado”, passando pelo pêndulo que não te deixa caminhar em círculos até às vassouras “Adventure” com seguro e IPVA pagos, tudo virou grife, vip e parcelado em três vezes no cartão.
Até as pedras, Drumond, precisam ser garimpadas, pois qualquer vidrinho transparente ou colorido tem cotação de diamante.

Edman Izipetto
29/10/2004