segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Basta de bastardos da grande mãe

Escrevi isto antes das eleições, portanto a proposta é anterior ao vergonhoso auto-aumento fora de qualquer realidade ou justificativa. Continuo achando que nossa briga não é só contra o aumento dos vencimentos, que com a “correção” vai totalizar R$110.000,00 por mês para cada de_puta_do federal (e são mais de 500) e vai propiciar uma avalanche de correções, com o mesmo índice de 91%, nos legislativos estaduais e municipais. Eu proponho uma revolução nesta mamata com a redução significativa de todos os vencimentos.

Alguma coisa tem que mudar porque do jeito que está nunca haverá alteração. Fora com os políticos profissionais, da carteirada assinalada e pré-nome de “doutô”. Sem efeito as aposentadorias por tantos anos de mandato. Hoje o legislativo não existe mesmo, as vereanças e as assembléias estaduais apenas aprovam o que vem do executivo. A Câmara Federal é secreta, barganha, sangra, suga as tetas da grande mãe. Isto não é democracia, não é representação. É a manutenção de privilégios de várias castas. É a democracia refém de lobies, não adianta renovar nomes, hoje a roda só funciona fabricando anões, mensalões e sanguessugas.
Como representar o eleitorado é uma grande honra, proponho que se acabem com ajuda de custo, de paletó, de correio, de moradia, de acompanhante ou os diversos apelidos de que se faz uso para justificar a retirada de erário público sem a contrapartida. Cônjuges, namorados, cunhados, primos e simpatizantes, vão estudar e competir no mercado de trabalho. Vão passar em concurso público, pois chega de apadrinhamento. Chega de mamar...
A minha idéia é que os deputados federais assumam que trabalham dois dias por semana – isto quando fazem o tal do esforço concentrado – e recebam por isso, pelo que efetivamente trabalharam. Um salário mínimo por dia trabalhado, com direito a hospedagem, vale-refeição e transporte até sua cidade. Afinal, servir à pátria exige sacrifícios.
Continuando com a minha proposta, todo deputado terá direito, por semana, a uma passagem de avião, ida e volta, até Brasília, uma hospedagem e refeições no próprio prédio da Câmara. Com direito a um, e apenas um, acompanhante, seja ele parente ou não, assessor ou não (fica a critério do parlamentar). Em dois dias dá para aprovar o que precisa ser aprovado e esses beneméritos representantes do povo poderão exercer suas atividades profissionais ou políticas na sua base eleitoral, utilizando-se de seus próprios recursos e ficando livres de conchavos e futricas da corte. Os funcionários concursados da Câmara fariam a parte burocrática em horário normal de expediente. Aos senadores, que teriam seus proventos e adicionais diminuídos em 50%, ficaria a obrigatoriedade de permanecer em Brasília toda a semana: afinal são oito anos de mandato.
A idéia também vale para os ocupantes de Assembléias Legislativas e Câmara de Vereadores, os mesmos valores, os mesmos dias e prerrogativas (dentro da sua competência, todas as leis são importantes) com a ressalva de que vereadores não necessitam de passagens aéreas nem hospedagem. Sem carros exclusivos nem assessores inacessíveis, sem baias dentro de prédios públicos. Teu lugar, legislando, é nas sessões, na arena, mostrando suas idéias e posicionamento. Quer pedir vistas a algum projeto? Leva-o pra casa ou para o teu escritório.
E qual seria a utilidade prática dessa medida provisionária? Embora tenha uma diminuição radical de custos, não é financeira a grande vantagem. A proximidade com seus eleitores – já que não ficarão mais isolados no planalto central – também os fará pensar, e bem, antes de votar. Apenas os que realmente têm espírito público vão querer encarar tal empreitada. É assim para todo mortal que assume uma religiosidade, uma atividade filantrópica ou resolve estudar. Ele acha tempo, aperta o cinto e segue seu projeto paralelamente às suas atividades profissionais, pois as contas (e seus impostos) a pagar continuam.
E por que começar a reforma pelo legislativo? Porque é onde se aprovam os salários de todos os servidores públicos, onde são feitas as leis. É o local que permite definir os orçamentos, os impostos, as taxas e as medidas provisórias vitalícias, com os quais são pagos aqueles salários e outras regalias. Ao executivo cabe cumprir e ao judiciário zelar pelo seu cumprimento. Seria melhor ainda se as eleições para o legislativo fossem em anos diferentes do executivo: uma eleição para presidente, governadores e prefeitos, e outra para senadores, deputados federais e estaduais, vereadores.
Apenas pessoas desprovidas de outros interesses é que podem pensar no que é melhor para o País. Elas existem e irão se submeter a essa nova regra. E vão mudar as outras regras, e vão fiscalizar os excessos nos outros poderes. Não elegemos juízes, desembargadores, promotores, ministros, secretários. Somente um é eleito no executivo enquanto que escolhemos vários para o legislativo. E na maioria das vezes simplesmente esquecemos que fizemos isto ou para quem foi nosso voto. Esse esquecimento está sendo benéfico para a manutenção deste estado de coisas.



Edman Izipetto, cidadão brasileiro, ainda com um restinho de esperança                     
19/09/2006 com atualizações em 18/12/2006

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

A solução é trocar “oceis” por meia dúzia

            Patética a demissão de Tite. Não sou fã do trabalho, mas ele havia dado um prumo na torre de piza que está o futebol do Palmeiras. Antes havia dinheiro e não havia time. Hoje estamos sem os dois. Que digam os números...
            Números do Campeonato Brasileiro que o meu Palestra não consegue nem o prêmio consolação da Sul Americana. Números que apontam o saldo negativo de gols desde o início do torneio. Quem leva mais que faz, não vence. Ainda bem que temos ótimos goleiros senão a casa já estava pra lá do Mediterrâneo.
            Números que pipocam na imprensa, nas entrelinhas dos desabafos dos jogadores – e com razão – sobre o atraso nos pagamentos. Onde falta pão falta disposição, falta raça e sobram futricas, diz-que-diz e essas picuinhas que atrapalham qualquer conjunto.
            Dentro das quatro linhas o time é instável. Perde do lanterna e vence o líder. Completa uma série invicta após ter uma invencibilidade negativa. Quando parece que vai ressurgir, toma de goleada. Está entre o céu e o inferno. E digamos lá que este céu não é tão de brigadeiro assim que hoje em dia, permanecer na primeira divisão já será uma conquista.
            Nossos jogadores não são inferiores aos do Grêmio – que até outro dia dividia a últimas colocações com a gente – e, no entanto, eles conseguiram se superar e hoje estão buscando o título. O que nos falta?
            Trocar a mentalidade tacanha, arcaica e de administrador de armazém – pois tratam a instituição Palmeiras como secos e molhados – por uma gestão profissional, com planejamento, prêmios por resultados e conquistas. A parceria só virá após essa “revolução” e não por conta dela. “Oceis” que não querem largar a mortadela, deixem que profissionais o façam que ela vira um Parma.

Edman Izipetto, palmeirense, preocupado em consultar a tabela só na parte final.
06/10/2006

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Abaixo a dentadura

            Não é preconceito com este utilitário, haja visto que minha mãe o usa há tempos. Mas é ao simbolismo de retirar o mordedor, deixá-lo repousando ao lado da cama dentro de um copo d’ água e recolocá-lo pela manhã. Por mais útil que ele seja, é necessário um descanso para as gengivas, porque é um corpo estranho. Não interessa os motivos que levaram à perda total dos dentes – minha mãe, por exemplo, foi falta de grana mesmo – mas a dita cuja é artificial.
            O que os dentes têm a ver com as chuteiras? Ambos são responsáveis pelo sorriso.
            Está na hora de diferenciarmos os jogadores dentadura. São úteis até que não desgastem, mas nunca serão dentes de leite formados no clube. Estes respiraram as estações, cumprimentaram os funcionários e conheceram os sócios. Formaram identidade, têm raízes no clube e, independente dos limites técnicos que venham a demonstrar, jamais irão precisar repousar numa mesa de cabeceira.
            Por mais dinheiro que possa parecer, a curto prazo é mais barato, e quem enxerga o futuro vê isto claramente, segurar um prata-da-casa do que ir buscar jogadores bem empresariados. Para estes é mais um clube, mais um patrão. Talvez não se faça um time brilhante apenas com jogadores formados no clube, mas se faz um time vencedor.
            Vejamos o Magrão e o Ilsinho. O primeiro tem uma história de vencedor pela trajetória de sair da favela Heliópolis e conseguir jogar em um grande time como o Palmeiras, embora não tenha se formado lá. Identificou-se com o clube e fez juras de amor. Pisou na bola quando fez isso (e não pelo fato de ir jogar no arquirival, afinal é a profissão dele jogar bola). É um jogador dentadura, tanto fala até que fura.
            Já o segundo deixou muitas dúvidas e nenhuma saudade. Formado nas categorias de base, simplesmente quis jogar em outro clube. Ignorou o investimento do Palmeiras e foi desfilar num time forjado de liminares na justiça do trabalho. E ainda conseguiu colocar o Palmeiras na condição de réu perante a mídia (se bem que não é preciso muito esforço para isso). É o jogador dente-de-leite para ser extraído, pois não combina com a dentição.
            Vale lembrar que foram Sérgio, Alceu, Diego Silva, Vagner Love e Edmilson os grandes responsáveis pelo retorno do Palmeiras à primeira divisão. Os demais foram coadjuvantes. Todos formados no clube. Agora temos Diego Cavalieri, Thiago Gomes, Francis e Wendel como responsáveis diretos pela recuperação do Verdão no Campeonato Brasileiro, pois os demais jogadores já vinham jogando e não rendendo. Ainda estão à espera David, Willian e Beto.
            Este último inexplicavelmente emprestado ao Ituano quando Tite já ameaçava debutá-lo no time principal. Agora nossa ágil, experta e dinâmica diretoria de futebol corre atrás de um atacante, da série B, pois ficamos sem opções. Apesar deles, voltamos a sorrir.

Nota do autor: Abaixo a dentadura é também um trocadilho ao período de exceção pelo qual o Brasil JÁ PASSOU onde a liberdade de expressão foi proibida. Ainda bem que hoje as coisas são diferentes.

Edman Izipetto, jornalista, palmeirense sem dentadura e livre para escrever.

14/09/2006

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Planeta-anão é o cometa

Há se Galileu fosse vivo. E Copérnico, provavelmente, viraria um meteoro-bomba e neutralizaria de vez a Praga onde isso foi decidido. Rebaixaram Plutão à segunda divisão, mas esqueceram que na copa solar não há segundona. Anos-luz separam os planetas dos asteróides e cometas e, entre eles, os satélites, que apenas funcionam como categorias de base, revelando marés e fases crescentes ou minguantes. Haja dor de cotovelo para que estes elementos cheguem a ter vida própria.
         Na verdade excluíram Plutão do sistema solar numa manobra de bastidores de Netuno –nunca se conformou em dividir os limites do Sol – com Urano – este cansado com o trocadilho com seu nome. Para detonar com o David dos planetas, os cientistas argumentaram que existiam mais “astros” semelhantes como Ceres, Caronte e Xena, aguardando na burocracia galáxia e resolveram criar a nova nomenclatura: Plutão virou planeta-sem-classe e perdeu o status de fronteira para o infinito. Os dois gigantes oficiais do limite solar já projetaram repartir os dividendos de terminal, parada estratégica, complexos turísticos e centro de compras a níveis estratosféricos. Investimentos para isso têm origem de uma nebulosa aglomeração de estrelas cadentes. Até onde vai esta sociedade é um buraco negro de expectativas.
         Mas voltando aqui na Terra a batalha foi dialética em uma tentativa de enquadrar os escorpianos. Diria mais, foi mineirisse, aquela de comer pelas beiradas, pois a sigla, UAI (União Astronômica Internacional) diz tudo: acreditam os astrônomos que desqualificando seu (ex) planeta regente, esses aracnídeos horripilantes irão se esconder de vez nas frestas do conhecimento. Expulsar o esoterismo do empirismo. Mal sabem eles que se a palavra tornou Plutão compacto, mais letal é o veneno.
         Outro argumento é que Plutão é excêntrico. Sua órbita em torno do Sol é longa e foge aos padrões. Eu diria que ele é independente. Sua massa é inferior a Ceres, Caronte e Xena. Então o pessoal da UAI se reuniu na República Checa para decidir se a Xena era planeta e Plutão é quem pagou com o exílio.
         Plutão está solto na galáxia, sem tamanho, sem brilho, mas enigmático como o signo que ele inspira. Não há telescópio que o veja nem microscópio que o revele. Tão distante e no limite de conhecer o que está dentro do solar sistema e vislumbrar outros sóis. A beira da expansão do conhecimento. Nós, escorpianos, vamos além das aparências, transformamos e regeneramos.
         Os cientistas apenas confirmaram que Plutão é, realmente, nosso astro regente, não importa se anão ou gigante.

Edman Izipetto, escorpiniano sem planeta
05/09/2006

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Olá, ou será “Olé”

Aprendi com meus pais que quando a casa está bagunçada a melhor coisa a fazer é começar a arrumá-la. Ficar olhando o vizinho só vai criar desculpas. Se o vizinho estiver melhor, por conta da inveja, vamos arrumar um monte de subterfúgios, dos mais escrabosos, para bater no peito e dizer: “isso eu não faria”. Caso o vizinho esteja pior, o remendo é mais amargo ainda para justificar nossa acomodação de que “não estamos assim tão mal, olhe aquele lá...” e por aí vai.
Mas eu gostaria de saber se alguém da Sociedade Esportiva Palmeiras ofereceu uma suíte presidencial para o embaixador da cirurgia plástica, Tevez. Até onde eu sei ele treina na marginal sem número ou, no Parque Escatológico do Tietê, porque ali é uma ilha cercada de esgoto. O Palmeiras tem endereço, com número, CEP, CNPJ e contas que não estão sob suspeita do Ministério Público. Talvez (sem trocadilho) ele não saiba onde está, quem é, o que aconteceu, “que si passa”.
Ou será que ele se ofereceu, no seu portunhol sofrível, e nós é que não entendemos. O Palmeiras não aceita qualquer um. Não precisa avisar que não quer, já mandamos gente mais séria (e menos feia, diga-se de passagem) simplesmente porque não honrava a camisa, porque iríamos atrás de um reserva da seleção vice da Copa América, vice da Copa das Confederações e que ainda precisa de um tri para chegar próximo do futebol brasileiro?
Tevez, você está no lugar certo, por todos os ângulos que se possa observar. Principalmente da classificação atual do Campeonato Brasileiro.

Edman Izipetto, palestrino, e que usa malbec argentino apenas para temperar...
27/07/2006

domingo, 11 de junho de 2006

O melhor dia dos namorados que alguém pode ter


(solidariedade aos que ainda não acharam o seu)

         É impossível deixar de lembrar que amanhã é dia de romance, pelo menos comercialmente falando. Em todo lugar que se olhar lá vem coração vermelho-sangue com uma oferta. Fotos de casais perfeitos em cenários idílicos. Até para quem tem o que comemorar enjoa, imagine quem está só. Deveria ser dureza, mas tem um jeito de não ser.
         Quem é que pode lembrar de todos os amores que já viveu – porque todo mundo já viveu uma paixão, disso ninguém escapa – sem remorsos? Só quem amanhã estará sozinho. Vai ser poupado de jantar com cheiro de velório, filas e vários casais histéricos tentando ser mais casais que o resto da platéia.
         Você, caro solitário (a), vai poder ir para sua casa, escolher o vinho que você quiser – não vai haver palpite – e tomá-lo da maneira que mais lhe for prazerosa. No copo, na taça, na caneca, entornando de vez. Pode até mesmo ser uma cachacinha que os dias não estão para tanto. Mas uma bebida é boa para acompanhar. À seco, é mais complicado e sem graça, verdadeiramente impossível de aturar.
         A sua música preferida, ou as várias trilhas sonoras que já lhe acompanharam. Não vai ter ninguém pedindo “aquela música”, que você não sabe muito bem o que lembra, mas tem certeza que não é com você. Outra coisa é que ninguém vai querer dançar ou, pior, tentar te ensinar a dançar depois de um dia que o que mais você deseja é relaxar.
         Pode comer, ou não, o que teu apetite lhe pedir, sem preocupação se combina com o vinho, a cana ou a situação. É seu dia, alone again, não é para ficar se lamentando, é para recordar dos amores que já teve, afinal, melhor que um romance são vários deles no mesmo dia.
         Pode lembrar daquela meiga do primeiro ano, você não fazia idéia o que era gostar de alguém, mas vivia suspirando pelos cantos. Aquela cobiçada morena, namoradeira, mas que um dia te olhou nos olhos e disse: como você é inteligente!. Ou outra que parecia liberada, te achava o “homem” mais sério da classe até que você pisa na bola, literalmente. Aquela baixinha de cabelos longos, misteriosa, te dando corda mas quase casada com um bem mais velho.
         E você vai lembrar da primeira mão, do primeiro beijo, da primeira vez, daquela vez, da inesquecível, dos amores que duraram, dos que se espatifaram e do penúltimo. Sim, meu caro, porque se você disser último pode encomendar a alma.
11/06/2006
Edman, esperando nunca precisar fazer isso
        

sexta-feira, 19 de maio de 2006

23 de maio, Um crédito de silêncio

Por tudo o que já aconteceu no Estado de São Paulo o maior risco é simplesmente não acontecer nada. Pior, é ficarmos na linha de tiro entre policiais e bandidos. Há uma maneira de começarmos a participar decisivamente deste episódio.
As operadoras de telefonia móvel não estão com a mínima vontade de colaborar, apenas dão desculpas jurídicas para não fazer nada com relação aos sinais de celular em presídios. Mesmo no auge da guerra nada fizeram. Diferentemente com as pessoas que têm endereço fixo, pagam as contas, em dia ou não, quando é necessário reclamar sobre serviços ou ligações não executados, mas cobrados, somos tratados como “inadimplentes” e em poucas horas nossos nomes já constam em listas de proteção ao crédito.
Vamos fazer o minuto de silêncio mais longo da história no sugestivo 23 de maio próximo. A proposta é simplesmente não usar celular algum, das 0h até as 23h59min do dia 23 de maio, dia que na história paulista foram assassinados 4 estudantes, em 1932, o que desencadeou a Revolução Constitucionalista.
Se você é uma pessoa de bem, vai entender que deixando de usar o celular neste dia estará mandando um aviso aos executivos destas empresas que quer uma resposta já, à vista, sem interrupções, sem caixa postal, sem secretária eletrônica, sem torpedo, sem fuzis. Falando alto e claro, mostrando que está vivo, dando um oi para a impunidade e sem escutar um tim de prosa.
Se você concorda, mande este recado para sua lista de contatos.

Edman Izipetto, cidadão paulistano
19/05/2006

Nova Fase, pela enésima vez

E vamos começar uma nova velha fase. Sou apenas um torcedor e não acompanho os bastidores do Palmeiras. O que sei é o que aparece na imprensa. Não tenho fontes secretíssimas e/ou fidedignas, tenho “feeling”. Aliás, nesta de fonte um aparte: gostaria de saber quem é a fonte do Palmeiras que fornece informações para torcedores de rivais transvestidos de jornalistas. Deveria ser expulso das dependências do Palestra e da Academia, pois só fornece informação negativa.
Voltemos à nova era, ao novo técnico. Ainda bem que foi o Tite (embora eu ainda não tenha concordado com a saída de Leão). Os outros nomes não empolgavam, principalmente Geninho e Antônio Lopes. O que veio tem condição de não desmontar o time para fazer outro, mas suprir suas carências com treinamento. Parabéns ao Marcelo Vilar que não teve medo de subir atletas do “B” e resgatou o Ilsinho e revelou o Wendel. O Thiago foi o Leão quem chamou. Espero logo ver o Beto com a camisa 9.
Para os que não lembram, ou fazem questão de esquecer, o Palmeiras foi o único clube paulista que não teve intervalo semanal durante o campeonato paulista, pois disputou a pré-Libertadores. Até os bambis, que começaram o campeonato depois, tiveram intervalo. Outra coisa, começamos “voando” o ano, se houve queda de rendimento foi por conta do calendário, nada favorável ao nosso time (clássicos sempre após jogos da Libertadores).
O elenco, limitado em número de jogadores, ficou mais desgastado com a demora na recuperação de contusões de atletas importantes. Com tudo isso chegamos em terceiro, pois Leão precisou decidir entre ficar fora da Libertadores, prematuramente, ou alcançar o time praiano no paulista. Os jogos que perdemos, no final do paulista, foi com um time reserva, embora não destaquem isso.
Temos carências sim, mas não ao cúmulo de fazer um ponto em cinco jogos. Como disse, sou torcedor e acho que esse time vai disputar a ponta, principalmente porque depois da Copa, e sem o Marcos que é uma injustiça, todas as equipes vão reiniciar niveladas.
Edman Izipetto, otimista por natureza
19/05/2006

quarta-feira, 29 de março de 2006

Nosso time é limitado ou será a torcida das minorias?

            É uma má vontade quando o assunto é Palmeiras. Realmente não sei se é parcialidade, falta de patrocínio ou dificuldades em conseguir informação.  Não houve jogo contra o time da marginal sem número. Apenas o lance irregular daquele frankstein portenho. E parece que o Palmeiras foi beneficiado todo o campeonato pela arbitragem. Esqueceram do gol anulado erradamente contra o Rosário (é outro campeonato, mas o poderoso Verdão precisa de apito, ou ponto, amigo?).
            A própria mídia já definiu que o time do Palmeiras é limitado. Não ganhou nenhum clássico. Pois é, o melhor elenco do futebol brasileiro, segundo a mesma mídia, não só não ganhou nenhum clássico como ainda perdeu da Portuguesa e do São Caetano, times intermediários e dos quais nós ganhamos. Limitados ou não, estamos na frente do elenco cujo patrocínio é investigado pelo Ministério Público e Interpol.
            E os colegas aplaudem os xingamentos do frankstein portenho e do “mas que engano” contra Edmundo. Disseram em bom portunhol que ele está velho e é melhor se aposentar. Não há nada de errado nessas declarações? Fosse Edmundo negro mudaria alguma coisa? Mudaria...
            Edmundo não é negro. É brasileiro e está exercendo sua profissão sem nenhum favor, é pago por isso. Os dois visitantes, estrangeiros, estão sim de favor. Precisam de visto para exercer qualquer trabalho em nosso país. Este visto pode ser cancelado por má conduta. E discriminar alguém fere a constituição. Ao dizer que Edmundo estava velho e era melhor aposentar-se o discriminaram. Onde está o delegado prestimoso que foi tão eficiente no caso Grafite?
            Ao contrário, é Edmundo quem terá que explicar suas declarações ao TJSP. É o tango do crioulo doido...

                                   Edman Izipetto, jornalista, mais fã da bossa nova que outros ritmos
29/03/2006

quarta-feira, 15 de março de 2006

Os alkimistas estão chegando

            Nossa, os tucanos escolheram o candidato! Quer dizer, o triunvirato bateu o martelo, penas voaram, macadâmias e scoty (como a esquerda intelecneoliberal gosta de chamar whisky) e até uma comemoração de vitória, que a arrogância peessedebista não conseguiu conter, parece ter encerrado o longo caminhar sobre o muro da indecisão. Tudo acabou em pizza, literalmente.
            Engana-se quem acha que essa “escolha” demorou os últimos meses (ou o último final de semana) para ser definida. Guardião da pedra filosofal do Palácio dos Bandeirantes há 11 anos, dois meses e 15 dias, o médico de Pindamonhangaba já traçara o mapa do destino nas eleições municipais.
            Aclamado como única opção para derrotar Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo, Serra bem que tentou resistir, mas caiu na armadilha. Aceitou a disputa, ganhou a prefeitura, mas renunciou a sua própria vaidade de ser presidente. Recordando, naquela época, pré-denúncias e CPIs, Lula seria imbatível numa reeleição.  Na época a estratégia de Serra foi correta, aguardaria a reeleição à frente da prefeitura e depois, sim, concorreria novamente à presidência. Mas o cenário mudou.
            Para o governador era tirar um (forte) concorrente interno da disputa. Comprometido com a cidade mais importante economicamente, dificilmente o prefeito então eleito, deixaria o terceiro orçamento da União para concorrer à presidência e correr o risco de perder novamente. De quebra deixaria um mandato de mais de dois anos, na prefeitura de São Paulo, de bandeja para o PFL, que é um ótimo aliado desde que ocupe a sala da vice alguma coisa. Seria uma traição ao eleitorado paulistano.
            Para o futuro ex-governador é a projeção nacional que ele, hoje, não tem. Está em final de mandato, não pode ser reeleito no estado e o que vier é lucro. Ganhando ou perdendo a eleição, o alkimista sairá ganhando. Apoiou o Serra para chegar à prefeitura para que ele fique lá, cuidando para não deixar o PT vencer de novo. Aos pregadores da ética de plantão cabe requentar velhas denúncias, atiçar as fornalhas de depoimentos sem provas e aguardar. Afinal, de fogo e caldeirão, os palácios estão cheios. Preparem-se caminhoneiros, a temporada de pedágios está aberta...

Edman Izipetto
15/03/2006

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

Agressões e corporativismo!

            Logo que entrei no ônibus – uma viagem do escuro Parque Dom Pedro II até o Parque Terranova II, em São Bernardo do Campo – liguei meu walkman sem muita potência na CBN. Tive a impressão que o Guarani goleava o Palmeiras. Os comentários do eterno torcedor tricolor Raí comprovavam minha teoria. Mas ao fundo era possível ouvir a torcida do Palmeiras incentivando o time. Eu não entendi nada e, para completar minha angústia, o locutor Deva Pascowick (não sei se a grafia está certa ou não) simplesmente não dava o placar e dizia que a torcida bugrina estava em festa. Foram 15 minutos nessa dúvida e só quando encerrou o primeiro tempo é que soube que estava zero a zero.
            O repórter da emissora (que não lembro o nome) entrevista o Marcos, o Sérgio e, de repente, diz que o Leão agrediu um repórter. Ele presenciou isto. O Raí, do alto da cabine de transmissão, também disse que viu a agressão. Não há, até o momento que escrevo este relato, imagens do acontecimento que dominou o intervalo de jogo. Victor Binner (desculpe também se a grafia não estiver correta), que estava em São Caetano do Sul para comentar outra partida, entra no ar e tece um rosário de críticas ao técnico do Palmeiras.
            Na volta do vestiário, o mesmo repórter relata que dois profissionais haviam caído sobre as placas de publicidade. Um cinegrafista e o repórter Leandro Quesada (que não quis se pronunciar na hora) da Rádio Bandeirantes. Quando já iam colocando o Leão no meio da confusão Raí antecipou e disse que não havia acontecido nada. O técnico do Palmeiras só queria se encaminhar do vestiário ao banco de reservas e havia sido cercado por repórteres e cinegrafistas.
            No final da partida Leão já havia sido julgado e condenado pelos coleguinhas. Como não existiam imagens de TV comprovando a agressão, os repórteres de campo tornaram-se testemunhas oculares do embate. Um importante narrador esportivo, que vou me furtar de mencionar, resolveu banir o técnico do meio esportivo e incluiu o jogador Edmundo, afirmando que ele deveria estar preso e não jogando bola (como se não existisse poder judiciário para isso).
            Nos programas esportivos pós-partida supostos agressores e agredidos foram ouvidos em suas versões e isto tomou conta do noticiário esportivo, em detrimento à retomada da liderança do Paulistão pelo Palmeiras, mesmo empatando com o Guarani em Campinas por 1 x 1 e com um jogo a menos em relação aos demais primeiros colocados. Nas manchetes Leão “foi para a delegacia após partida”.
            No dia seguinte em matéria da Lancepress: “O assessor da presidência do Palmeiras, Antônio Carlos Corcione, que está em Campinas para auxiliar o técnico Leão na confusão envolvida com um jornalista, disse que o exame de corpo e delito constatou uma leve lesão nos dentes do técnico”. O laudo confirma, em parte, que a versão do Leão tem um fundo de verdade que nenhum repórter de campo presenciou: o de que ele foi vítima, e não réu, de agressão.
            Quando Leão dirigiu o Santos esta reação da mídia não existia. Quando dirigiu o tricolor então, era paparicado e só então ganhou o rótulo de “um dos melhores do Brasil”. Agora no Palmeiras só levantam seu comportamento, seus jeitos e trejeitos e não que está liderando o campeonato regional mais difícil do país. Sem dinheiros obscuros (a mídia simplesmente esqueceu disto) e sem aliciar jogadores de outros times ou atravessar negociações em andamento. O que será que o Palmeiras fez para ter este tratamento diferenciado da mídia? Ou será que não fez?
            Edman Izipetto, jornalista e sedento por igualdade de tratamento.
09/02/2006

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Quando essa ladainha vai mudar, ou melhor, voltar ao normal?

Palmeiras leva prejuízo nos clássicos no século XXI - em 37 jogos, foram apenas dez vitórias contra rivais estaduais.
Artilheiro do clássico, Thiago quase foi do Palmeiras - diretoria do Verdão não quis atleta, que foi jogar no rival.  Fonte LANCEPRESS!
O começo foi fulminante. Vitórias apertadas, sem convencer, mas ganhando e, principalmente, classificando-se para a Libertadores, para o desespero dos nossos adversários da marginal sem número e seus relações públicas disfarçados de jornalistas. Mas aí veio o primeiro jogo de verdade e...
Sei que o time vinha de uma viagem cansativa, mas havia feito um jogo facílimo contra o Táchira (saúde). Ao contrário de nossos adversários que penaram para manter o resultado em Marília e só conseguiram um placar maior nos descontos. O que aconteceu? Eles entraram com a zaga reserva, com duas estréias em lugares importantes e não nos deixaram jogar.
Não assisti ao jogo, ouvi, e só dava eles, roubando bola, antecipando ou se aproveitando de falhas individuais. E quando finalmente descemos ao ataque, gols perdidos. Precisamos de nove oportunidades para fazer duas, e uma foi de pênalti. Foi um domingo desastroso para a família Palestrina e uma segunda-feira de cinzas.
Não perdemos o campeonato neste jogo (pelo menos espero isso). Aliás, ainda bem que nosso técnico é o Leão. Vai tirar proveito da derrota – mesmo porque a mídia vai querer ver crise onde não há - mas há limites na superação. O Palmeiras não tem um matador, não tem centroavante. Desde Vagner Love não temos o cara que resolve lá na frente, o que tira o sono dos beques e abre espaços para o nosso bom plantel de meias.
O que sei é que foram – recuso-me a escrever o nome daquele time – tirar um jogador do Vasco, outro do Goiás e outro do Fluminense e nós, como que orgulhosos, ficamos com a velha máxima de “não vamos entrar em leilão”. Lembro que massa falida também é leiloada e se continuarmos apanhando nos clássicos, vamos perder torcedores, e se prosseguirmos nesta incompetência em descobrir novos valores, ou desprezando-os quando batem à porta, ficaremos lamentando a falta de grana, a falta de sorte, a sinastria desfavorável, a “vecciaia” etc. E haja grapa para afogar as lágrimas...
Edman Izipetto, jornalista e com saudade de tirar sarro, e não sofrê-lo, nos clássicos.
07/02/2006

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

Qual é a posição do Palmeiras?

            Reunião da CBF define fórmula de disputa do Brasileirão 2006 e 2007, com quatro clubes descendo para a segunda divisão e outros quatro subindo da segunda para a primeira, mantendo o número de 20 times e contrariando a confraria dos treze (felizmente). A diretoria palmeirense era favorável ao inchaço? Eu não sei porque sempre aparece algum engravatado do tricolor se manifestando, não dá para saber nem se o Palmeiras foi representado.
            Não existem 20 clubes em condições de disputar o Brasileiro da primeira divisão. Acho que 16 era um bom número (tanto é que caindo quatro a conta é essa). Ao contrario do que os “coronéis” do esporte argumentam, isto fortalece aos clubes com planejamento, aos que investem, aos que tem profissionais nas áreas esportivas e administrativas, é a morte aos times que servem de outdoor para divulgação de ambições pessoais.
            Na verdade o futebol virou refém da televisão, ou melhor, de uma emissora de tv, que já interferiu na duração do campeonato, impõe horários anti-desportivos, sob sol forte, ou anti-torcida, ás 22 horas no meio da semana. Faz isso com todos os participantes para passar o futebol, em rede aberta, apenas para duas torcidas e conseguir ibope na sua grade de programação.
            Agora está fazendo lobby para que o calendário do futebol brasileiro não se adeque ao do europeu. Quer que nossos clubes continuem começando o torneio com um plantel e terminando com a sobra (os que os clubes europeus e asiáticos não querem ou devolvem). Tudo isso para completar sua grade de programação. Quer que se continue a jogar de quarta e sábado e, a título de amistosos caça níqueis da seleção, os clubes fiquem 10 dias sem jogos oficiais no meio do campeonato.
            Mas voltemos ao Palmeiras. E aí? Depois de tudo o que passamos na segunda divisão, é favorável que se aumente o número de participantes?  Eu gostaria de saber, pois acho que a diretoria se ausentou demais, no ano passado, no episódio da anulação de jogos e estou temendo pelo andamento normal das partidas na Libertadores, já que nossos adversários estão se mexendo nos bastidores da sulamericana contratando, inclusive, parentes para seus quadros.
            Palmeiras, Palmeiras, não é só dentro das quatro linhas que se ganha campeonato, fora dele também é necessário craques.
                                                                                              Edman Izipetto, jornalista e leitor de Maquiavel
02/02/2006

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Parabéns José Serra pelo bolo...

Minha cidade faz aniversário e não tem chorinho em suas esquinas. Tem muita sujeira. Pensei que o centro da cidade estava revitalizado, precisa é de higiene urgente, vassoura mesmo, água, sabão e recolhimento de lixo. Básico. “As pessoas não respeitam...” lógico, ao andar num lugar imundo você contribui para que ele fique mais sujo ainda, as estatísticas comprovam. Um local bem cuidado inibe e educa os que por lá passam.
Porque o excelentíssimo eterno candidato a presidente e atual prefeito, da cidade mais importante do Brasil, não passeia à noite pelo Parque D. Pedro II, berço da história desta nação chamada São Paulo. Leve uma lanterna, leve um mata-insetos, vá de botas e, claro, vá com seguranças. Não há iluminação nem nos arredores da estação do metrô D. Pedro II, desembarcou lá, é melhor rezar (e aí governador, você também é candidato?).
O centro da cidade fede e não são as águas do Tamanduateí. São as frutas podres largadas, os restos de cascas de coco abandonadas, bagaços de cana, palhas de milho e fezes, muitas fezes de animais e homens tratados como tais. São Paulo está na idade das trevas, seu centro tem o mesmo nível de limpeza que as cidades medievais. Vamos acender as tochas que o fogo pode queimar um pouco os odores.
Estranho que um cidadão, nascido e criado no entorno do Mercado Municipal, não tenha a mínima sensibilidade de fazer a básica manutenção no “seu quintal”. E falando do Mercadão, o que são aquelas estruturas de ferro que surgiram na entrada da Avenida do Estado, tanto trabalho para restaurar e agora aparece aquele metal encobrindo as linhas harmoniosas de arquitetura.
E o que foi feito dos pontos de ônibus? Ao invés de informar as linhas que ali param, publicidade de refrigerante. Muito útil. Como também é de uma inteligência capilar liberar os calçadões do centro ao trânsito de automóveis. Vai resolver todos os problemas de transporte, saúde e educação este ato hippie: liberdade para as quatro rodas.
E apesar de palmeirense, parece que nosso prefeito não gosta muito desta cor. Estão dizimando árvores centenárias nos jardins sem o respectivo plantio de outras. E as que estão sendo preservadas estão sendo podadas de maneira criminosa. É em nome da segurança, justificam seus secretários, mas qual a justificativa para a retirada de árvores da praça Benedito Calixto?
E o projeto mirabolante da esgotada avenida dos Bandeirantes? Cinco faixas de cada lado, o que vai dançar? O canteiro central onde um pouco de verde ainda resistia. E para quê? Teremos cinco faixas de veículos parados pois a avenida precisa é de alternativas, não de expansão. Porque não usar esse dinheiro para terminar a avenida Jornalista Roberto Marinho até a Imigrantes. Ao invés de uma faixa a mais, seriam quatro em cada sentido.
Mas parece que o plano do prefeito não é esquentar muito a cadeira. Está no poder municipal de passagem (e não de bilhete único cuja finalidade já conseguiu limitar). Resolveu transformar São Paulo em um grande palanque. O grande problema é que os palanques são desmontados após as eleições.


Edman Izipetto
24/01/2006

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

Porque Palmeiras

Não sei bem quando começou, minhas lembranças têm flashs de meu saudoso pai, nervoso, acompanhando os jogos por um rádio de pilha nos idos de 69. Acho que era um tal de Robertão. Na verdade foi a seleção de 70, em plena Copa, que me fez despertar para o futebol - e meu pai dizendo que o Leão era muito mais goleiro do que o Félix e que o Luís Pereira punha o Brito no bolso, bem ou mal eles foram titulares em 74.
Foi pelas mãos de meu pai que fui ao Palestra Itália. Primeira partida de um campeonato paulista, contra o Saad*. Chegamos com o jogo em andamento e o visitante já estava na frente do placar.
- Eu sabia, esses pequenos sempre engrossam com o Parmera (desabafou meu pai tentando justificar uma possível frustração minha). Minha emoção era tanta que o resultado pouco importava. Acho que o Saad chegou a fazer dois a zero e o Palmeiras conseguiu o empate no segundo tempo. Assistir uma partida com meu pai já era uma goleada...
Depois desse jogo não perdi mais uma partida do Palmeiras e, seguindo a tradição, pelo rádio, que os tempos eram de economia brava e o longínquo Palestra Itália era uma viagem para quem morava no km 12 da Via Anchieta.
Depois fui desvendando minha árvore genealógica e, embora meus avós tenham permanecido distantes durante minha infância, descobri que ambos, paternos (Izepetto) e maternos (Santucci), eram verdes. Como em casa reina a total democracia, meus dois filhos também o são...
Acostumei com um time vencedor: Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca, Dudu, Ademir da Guia, Leivinha, Edu, César e Nei. Dos reservas, Fedato e Ronaldo também marcaram minha lembrança. Mas não sou Palmeirense por ter conhecido um time papa-títulos, mas porque tem a ver com família, tradição, genética, dna, macarronada de domingo, brachola, vinho e mamma mia!

Edman Izipetto, jornalista, descendente de italianos graças a Deus!
18/01/2006

* não quis pesquisar dados concretos como data, quem fez os gols e estatísticas já que a idéia da crônica eram lembranças.

terça-feira, 3 de janeiro de 2006

A base foi formada

Acompanho com interesse o mercado de jogadores. Lógico que gostaria de ver no Palmeiras o zagueiro Alex, dois laterais acima de qualquer suspeita, Juninho Pernambucano, Alex meia, Wagner Love de volta, mas entre o sonho e a realidade, esta última não é tão dura assim.
Trouxemos dois laterais direito, um versátil e outro uma promessa. Passamos o ano cumprindo promessa para nosso lado direito não dar vexame. Estatisticamente já melhoramos 100% na direita. No lado esquerdo ficamos sem Lúcio meio ano e foi outra reza braba aquele lado canhoto, tanto que sentimos falta do Lúcio. Já tem um reserva, Careca ou não, indicado pelo técnico.
Na zaga Leão recuperou Daniel, Nem estará retornando e Gamarra não precisa comentários, os dois que vieram o foram para compor elenco. Reforço mesmo é dispensar Glauber e Leonardo, isto sim garante que nossa defesa foi fortalecida.
No meio a coisa vai pegar. Marcinho Guerreiro deve ser titular para proteger a zaga, mas teremos Ricardinho e Paulo Baier para dar a qualidade na saída de bola que há anos o torcedor Palmeirense não assiste. Correa e Reinaldo serão ótimas opções de banco.
Liberdade para Juninho, Marcinho, Edmundo e Enilton balançarem as redes. Com gente experiente, deve crescer o futebol de Washington e Cláudio, mas ainda espero um camisa nove digno de colocar medo nas defesas adversárias. E Rivaldo deve chegar em maio e vale a pena esperar, haverá pausa nos campeonatos por conta da Copa do Mundo.
À base do ano passado vieram peças melhores. Não é um time dos sonhos, mas é brigador. Não vai dar espetáculo, mas acredito que não haverá vexames. É time para ganhar campeonatos e preparar os novos que serão garimpados. Sem patrocínio é o único caminho. E para vir dinheiro limpo é preciso investir, não esmolar.

Em tempo: aos que cantam e vibram que um time mais barato, e com um técnico no mesmo nível de economia, conseguiu classificar-se na Libertadores em 2004 um lembrete. Não foi no campo esta conquista, o São Caetano perdeu pontos no crepúsculo do campeonato, pois o time barato refugou no fim e ficaria em quinto lugar, fora da Libertadores. Mesmo com a classificação, o que foi planejado para a disputa? Chegaram Bruno, André Cunha, Marcel, Cristian e acho que renovaram Ricardinho e Osmar. Qual deles hoje é titular? Gamarra, Juninho e Marcinho só chegaram após a posse da nova diretoria, juntamente com Leonardo Silva, Washington e o argentino.
Edman Izipetto, jornalista, palmeirense e neófito de profeta
03/01/2006