terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Parabéns José Serra pelo bolo...

Minha cidade faz aniversário e não tem chorinho em suas esquinas. Tem muita sujeira. Pensei que o centro da cidade estava revitalizado, precisa é de higiene urgente, vassoura mesmo, água, sabão e recolhimento de lixo. Básico. “As pessoas não respeitam...” lógico, ao andar num lugar imundo você contribui para que ele fique mais sujo ainda, as estatísticas comprovam. Um local bem cuidado inibe e educa os que por lá passam.
Porque o excelentíssimo eterno candidato a presidente e atual prefeito, da cidade mais importante do Brasil, não passeia à noite pelo Parque D. Pedro II, berço da história desta nação chamada São Paulo. Leve uma lanterna, leve um mata-insetos, vá de botas e, claro, vá com seguranças. Não há iluminação nem nos arredores da estação do metrô D. Pedro II, desembarcou lá, é melhor rezar (e aí governador, você também é candidato?).
O centro da cidade fede e não são as águas do Tamanduateí. São as frutas podres largadas, os restos de cascas de coco abandonadas, bagaços de cana, palhas de milho e fezes, muitas fezes de animais e homens tratados como tais. São Paulo está na idade das trevas, seu centro tem o mesmo nível de limpeza que as cidades medievais. Vamos acender as tochas que o fogo pode queimar um pouco os odores.
Estranho que um cidadão, nascido e criado no entorno do Mercado Municipal, não tenha a mínima sensibilidade de fazer a básica manutenção no “seu quintal”. E falando do Mercadão, o que são aquelas estruturas de ferro que surgiram na entrada da Avenida do Estado, tanto trabalho para restaurar e agora aparece aquele metal encobrindo as linhas harmoniosas de arquitetura.
E o que foi feito dos pontos de ônibus? Ao invés de informar as linhas que ali param, publicidade de refrigerante. Muito útil. Como também é de uma inteligência capilar liberar os calçadões do centro ao trânsito de automóveis. Vai resolver todos os problemas de transporte, saúde e educação este ato hippie: liberdade para as quatro rodas.
E apesar de palmeirense, parece que nosso prefeito não gosta muito desta cor. Estão dizimando árvores centenárias nos jardins sem o respectivo plantio de outras. E as que estão sendo preservadas estão sendo podadas de maneira criminosa. É em nome da segurança, justificam seus secretários, mas qual a justificativa para a retirada de árvores da praça Benedito Calixto?
E o projeto mirabolante da esgotada avenida dos Bandeirantes? Cinco faixas de cada lado, o que vai dançar? O canteiro central onde um pouco de verde ainda resistia. E para quê? Teremos cinco faixas de veículos parados pois a avenida precisa é de alternativas, não de expansão. Porque não usar esse dinheiro para terminar a avenida Jornalista Roberto Marinho até a Imigrantes. Ao invés de uma faixa a mais, seriam quatro em cada sentido.
Mas parece que o plano do prefeito não é esquentar muito a cadeira. Está no poder municipal de passagem (e não de bilhete único cuja finalidade já conseguiu limitar). Resolveu transformar São Paulo em um grande palanque. O grande problema é que os palanques são desmontados após as eleições.


Edman Izipetto
24/01/2006

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

Porque Palmeiras

Não sei bem quando começou, minhas lembranças têm flashs de meu saudoso pai, nervoso, acompanhando os jogos por um rádio de pilha nos idos de 69. Acho que era um tal de Robertão. Na verdade foi a seleção de 70, em plena Copa, que me fez despertar para o futebol - e meu pai dizendo que o Leão era muito mais goleiro do que o Félix e que o Luís Pereira punha o Brito no bolso, bem ou mal eles foram titulares em 74.
Foi pelas mãos de meu pai que fui ao Palestra Itália. Primeira partida de um campeonato paulista, contra o Saad*. Chegamos com o jogo em andamento e o visitante já estava na frente do placar.
- Eu sabia, esses pequenos sempre engrossam com o Parmera (desabafou meu pai tentando justificar uma possível frustração minha). Minha emoção era tanta que o resultado pouco importava. Acho que o Saad chegou a fazer dois a zero e o Palmeiras conseguiu o empate no segundo tempo. Assistir uma partida com meu pai já era uma goleada...
Depois desse jogo não perdi mais uma partida do Palmeiras e, seguindo a tradição, pelo rádio, que os tempos eram de economia brava e o longínquo Palestra Itália era uma viagem para quem morava no km 12 da Via Anchieta.
Depois fui desvendando minha árvore genealógica e, embora meus avós tenham permanecido distantes durante minha infância, descobri que ambos, paternos (Izepetto) e maternos (Santucci), eram verdes. Como em casa reina a total democracia, meus dois filhos também o são...
Acostumei com um time vencedor: Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca, Dudu, Ademir da Guia, Leivinha, Edu, César e Nei. Dos reservas, Fedato e Ronaldo também marcaram minha lembrança. Mas não sou Palmeirense por ter conhecido um time papa-títulos, mas porque tem a ver com família, tradição, genética, dna, macarronada de domingo, brachola, vinho e mamma mia!

Edman Izipetto, jornalista, descendente de italianos graças a Deus!
18/01/2006

* não quis pesquisar dados concretos como data, quem fez os gols e estatísticas já que a idéia da crônica eram lembranças.

terça-feira, 3 de janeiro de 2006

A base foi formada

Acompanho com interesse o mercado de jogadores. Lógico que gostaria de ver no Palmeiras o zagueiro Alex, dois laterais acima de qualquer suspeita, Juninho Pernambucano, Alex meia, Wagner Love de volta, mas entre o sonho e a realidade, esta última não é tão dura assim.
Trouxemos dois laterais direito, um versátil e outro uma promessa. Passamos o ano cumprindo promessa para nosso lado direito não dar vexame. Estatisticamente já melhoramos 100% na direita. No lado esquerdo ficamos sem Lúcio meio ano e foi outra reza braba aquele lado canhoto, tanto que sentimos falta do Lúcio. Já tem um reserva, Careca ou não, indicado pelo técnico.
Na zaga Leão recuperou Daniel, Nem estará retornando e Gamarra não precisa comentários, os dois que vieram o foram para compor elenco. Reforço mesmo é dispensar Glauber e Leonardo, isto sim garante que nossa defesa foi fortalecida.
No meio a coisa vai pegar. Marcinho Guerreiro deve ser titular para proteger a zaga, mas teremos Ricardinho e Paulo Baier para dar a qualidade na saída de bola que há anos o torcedor Palmeirense não assiste. Correa e Reinaldo serão ótimas opções de banco.
Liberdade para Juninho, Marcinho, Edmundo e Enilton balançarem as redes. Com gente experiente, deve crescer o futebol de Washington e Cláudio, mas ainda espero um camisa nove digno de colocar medo nas defesas adversárias. E Rivaldo deve chegar em maio e vale a pena esperar, haverá pausa nos campeonatos por conta da Copa do Mundo.
À base do ano passado vieram peças melhores. Não é um time dos sonhos, mas é brigador. Não vai dar espetáculo, mas acredito que não haverá vexames. É time para ganhar campeonatos e preparar os novos que serão garimpados. Sem patrocínio é o único caminho. E para vir dinheiro limpo é preciso investir, não esmolar.

Em tempo: aos que cantam e vibram que um time mais barato, e com um técnico no mesmo nível de economia, conseguiu classificar-se na Libertadores em 2004 um lembrete. Não foi no campo esta conquista, o São Caetano perdeu pontos no crepúsculo do campeonato, pois o time barato refugou no fim e ficaria em quinto lugar, fora da Libertadores. Mesmo com a classificação, o que foi planejado para a disputa? Chegaram Bruno, André Cunha, Marcel, Cristian e acho que renovaram Ricardinho e Osmar. Qual deles hoje é titular? Gamarra, Juninho e Marcinho só chegaram após a posse da nova diretoria, juntamente com Leonardo Silva, Washington e o argentino.
Edman Izipetto, jornalista, palmeirense e neófito de profeta
03/01/2006