quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Reality Show. Reality?

Resolvi sair das minhas férias – na verdade estou estudando para concurso público – porque não dá para ficar alheio, com uma pseudo-polêmica, como se isto fosse a coisa mais importante da vida (afinal, estamos no último ano da humanidade, então, #+&@-*¨
            A falta de conhecimento de história é realmente inebriante. O principal conglomerado de comunicação do país só surgiu durante a época, e aqui não é um trocadilho, do regime militar. Enquanto outras sofriam incêndios, perseguições, ela cresceu e dominou as regras até então. Tanto que se deu ao luxo de só entrar nas diretas já quando não tinha mais jeito. Boicotou até o limite do ibope. Ela e um jornal centenário que se diz guardião da democracia.
            Mas quem nasce torto... tentou direcionar as eleições. Primeiro no estado em que é base, depois em nível nacional. Forçou a barra contra Leonel Brizola, e depois contra Lula. Ajudou a eleger Collor. Fez uma força para eleger o Serra. Isto está na história, basta ler os jornais da época, não estou inventando ou deturpando nada. Ainda hoje, privilegia dois times de futebol no país, basta ver as transmissões, no que deveria corrigir a denominação de jornalismo esportivo para marketing esportivo. Esquece que as maiores torcidas não somam a maioria.
            Uma coisa é a vulgaridade em histórias fictícias, outras em supostos reality shows. Confinar pessoas comuns com a promessa de um prêmio vultoso, liberar bebidas e esperar o quê? Hoje qualquer espirro sai no youtube, não poderia ser diferente. E é só por isso que um participante foi eliminado, fez barulho, causou protestos e houve intervenção da justiça. Ela, a empresa, teve que ceder.
            Uma implosão em São Paulo, ao custo de três milhões de reais, que não implodiu; uma obra do governo do estado de São Paulo que veio a baixo com uma morte; a constatação que nada foi feito com o dinheiro público na serra fluminense, após o maior desastre natural do país; a seca nas áreas mais produtivas no sul do país, sem respaldo; o escândalo da farra do dinheiro, sem fiscalização, no judiciário. Isto é importante. Se dois bêbados transaram ou não, realmente, não me diz respeito.
            Mesmo com o sorriso amarelo daquele que já foi um jornalista na vida, mas se submeteu e, além disto, escreveu um bibliografia puxando o saco do patrão, esquecendo todos os princípios históricos que nortearam a vida do empresário, e que servem de base para verdadeiros jornalistas. Não me interessam. Lamento ter que percorrer uma avenida, na minha cidade, com o nome dele. Há pessoas mais importantes e verdadeiras que merecem nomear um logradouro, ainda mais na massa cinzenta deste país.
            Lamento quem assiste ao “grande” jornal e lê a “grande” revista. Esta última, li pasmo o editorial de final de ano, quando o herdeiro mandatário, que só o é por herança, reclama que não basta à presidenta demitir ministros, mas consertar a máquina. E ele, que apenas afasta os últimos, a massa de trabalhadores que hoje não precisa mais de diplomas, e mantêm os mesmos antigos e caquéticos no topo do editorial (não dá para respeitar uma publicação que elegeu o Último Imperador como político do ano).