terça-feira, 24 de abril de 2007

Nosso camisa nove

            Há quanto tempo não vejo o Palmeiras preocupar-se com planejamento. Nossas doloridas desclassificações não impediram a continuidade do ótimo trabalho da diretoria e da comissão técnica. Não estou puxando de ninguém mesmo porque eu não tenho compromisso com nenhum grupo, eu sou Palmeirense geneticamente comprovado.
            O Palestra está arejado, novos ventos sopram e balançam nossa bandeira verde e até a mídia está tratando diferente. Pelo menos a mídia séria. Estamos atrás de reforços sem desmontar o time que está se encorpando. Isso já é uma grande evolução. Eu passei pelo jejum de 16 anos sem nada, sei do que estou falando e o que acontecia.
            Por mais que o time esteja em formação faltou o centroavante. Nem Edmundo nem Osmar o são, embora cumpriram seus papéis na arte de balançar as redes. Um é craque e deve fazer a bola chegar, do meio para frente. O outro, veloz, é um razoável segundo atacante, jogou sacrificado pelo esquema, isolado na área sem estatura para isso.
            Mas não temos o nove. César, Toninho, Evair e Wagner Love, dos que eu vi jogar, são a minha referência. Fome de gols e preocupação entre os zagueiros. Nossos gols de cabeça são, na maioria, dos zagueiros. É uma arma, mas não pode ser a regra. Não tivemos sorte com os que chegaram, é verdade.
            Alemão chegou depois, mal estreou e se contundiu. Não dá para analisar. Florentin chegou machucado, em mais uma aposta válida – nós temos sorte com paraguaios – e quando começou a engrenar machucou-se. Nitidamente não estava em condições de jogo nas últimas partidas, mas acho que ele pode ser o nove. No jogo que ele brilhou, na Copa do Brasil, em que pese que o adversário era fraco, ele sempre estava no lugar certo como todo centroavante. E soube servir. É jovem e espero que jogue neste campeonato brasileiro. Cristiano é segundo atacante, ele e Osmar, juntos, não combinam e ele sozinho não funciona.
            Quanto ao retorno de Alex Afonso sei que muitos torcem o nariz. Ele sabe fazer gols e se, metade dos que ele fez pelo Bragantino fossem nossos, estaríamos ainda disputando o Paulista, pois foi no saldo de gols que perdemos a vaga. É para compor elenco, entrar no segundo tempo, essas coisas. Não concordo com o empréstimo do Beto, outra vez, para o Juventude. Acho que este garoto já merecia uma chance neste time de garotos. Vamos acabar perdendo-o deste jeito.
            Gostaria de ver o Adriano, Ronaldo, Cristiano Ronaldo vestindo a nove do Palmeiras. Não sou louco. Mas nossa realidade não é essa, ainda.

Edman Izipetto, palestrino morador do ABC, viva o azulão...
24/04/2007
           
           

terça-feira, 3 de abril de 2007

Quando os meninos viram homens


            Também já estou cansado desta história de perder para os bambis, principalmente porque a mídia sempre inventa uma estatística “da hora” favorável ao clube do tricot. Mas esta derrota doeu mais por não ser merecida. O placar não foi justo com a gente. Houve falta sobre o Willian no lance que originou o terceiro gol deles, mas isto já é passado.
            Gostei de ver a reação da garotada. É assim que se constrói um time vencedor. Podemos não conseguir nada neste primeiro semestre, não importa, já temos um time, embora eu acredite na classificação na Copa do Brasil, mesmo que na ponta dos cascos. E também acho que vamos chegar no Paulistão e quero pegá-los na semi, e tirá-los.
            Nossa carência é o ataque. Não sei porque o Florentin não joga. Osmar é um razoável segundo atacante, para correr pelos lados, mas na área nosso paraguaio já mostrou que entende (em cinco minutos deu mais trabalho ao bicudo goleiro deles do que todos os outros “atacantes” em mais tempo de jogo). Por que não joga o Florentin? E por que emprestaram o Beto? Esta semana vai dizer se os meninos do Palestra já viraram homens

            Primeiro Campeão Mundial

            Eu cresci ouvindo meu saudoso pai falar deste título. Ele tinha 22 anos na época e sempre se emocionava, principalmente pelo Brasil ter perdido o mundial um ano antes. Os que estão ironizando o reconhecimento da FIFA é puro despeito e ignorância. Desprezam, mas estão anunciando que querem reconhecimento de outros torneios. Há um time sem campo que quer a oficialização da “Pequena Taça do Mundo da Venezuela” realizada em 53 e outro, cujo grande jogador já falou besteira, quer um título conquistado em 58.
            Os dirigentes do Palmeiras prepararam uma vasta documentação para provar que o torneio foi realizado e com representantes da própria FIFA. Não ficou soltando notinhas pela imprensa amiga. Este processo vem desde 2001 após, por pura incompetência administrativa e de bastidores, ficarmos fora daquele mundial no Brasil, em 2000, quando o correto seria participarmos como os campeões da Libertadores de 1999.
            E tem uma coisa mais que os que desdenham não se conformam: em 1951 o Palmeiras foi Brasil com 110 mil torcedores no Maracanã vestidos de verde. Foi a verdadeira invasão...

Edman Izipetto, jornalista, torcedor do primeiro clube campeão mundial.
03/04/2007