quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Aromas de conversa

Hoje saí da toca para entregar os pães, todos que fiz na penúltima fornada estão agora cumprindo seu destino, o que é ótimo e me permitiu relevar o trânsito de São Paulo no roteiro São Bernardo do Campo, Jardim da Saúde, Belém, Cerqueira César e Pirituba, radiador esquentando, luz de óleo acendendo, gasolina no raspo do tacho e o rodízio limitando meu tempo e tornando a aventura mais emocionante: cruzei a marginal  Tietê exatamente às 17 horas em direção à última entrega e uma grande surpresa.
Satye Yada, terapeuta holística - cujo blog está na lista ao lado - eu conhecia apenas de vista, quando ambos trabalhamos na Movie&Art Produções Cinematográficas (merchand gratuíto porque gostei de trabalhar lá, sou grato) e depois no Facebook. Ela pediu o pão pelas fotos que postei ontem, não conhecia meu lado alquímico nem eu fazia idéia da terapia dela. O trabalho convencional limita a nossa vida, nos faz perder momentos preciosos, como uma conversa sem os receios de estar dando munição a um adversário, que é o que acontece no mundo competitivo de hoje.
Eu levei o pão e ganhei uma padaria de conhecimento. Fui brindado sobre aromaterapia (e não vou contar detalhes porque isto é uma ciência, precisa estudar muito para poder falar e quem quiser eu indico a Satye e você agenda uma consulta). E conversa vai, conversa vem, e dá uma cheiradinha aqui, uma explicação, uma interpretação e fui convidado para jantar...
Ofereci ajuda no que Satye transmutou-se em bushi, pude até vê-la vestida  de o-yoroi e respondendo que se eu tentasse ajudá-la, na cozinha dela, ela faria uso da katana samurai e sssffficth (é, bem no lugar que você deve ter imaginado). Contentei-me em lavar a louça e quanto a isso não corri nenhum risco de mutilação...
De uma frigideira alta, cubos de frango, maçã, repolho rasgado, um cheiro de alecrim e óleo de gergelim no final, acompanhados de molho, criação dela, a base de missô, shoyo, sakê, açucar, alho e gengibre, que é uma delícia e que vou tentar reproduzir aqui em meus pratos. Frango a Yada, acompanhado de gohan.
Isto tudo aconteceu porque não achei longe, nem reclamei de atravessar a grande São Paulo para entregar pão. A gente atrai o que pensa e ouvi muita sabedoria nesta tarde/noite de quarta-feira. Prometi fazer um spaghetti al vôngole para ela e o filho (mas irei previamente paramentado com uma armadura, nunca se sabe quando o bushi vai baixar de novo...). Esquecemos de fotografar o prato, fica para a próxima

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