quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

Porque Palmeiras

Não sei bem quando começou, minhas lembranças têm flashs de meu saudoso pai, nervoso, acompanhando os jogos por um rádio de pilha nos idos de 69. Acho que era um tal de Robertão. Na verdade foi a seleção de 70, em plena Copa, que me fez despertar para o futebol - e meu pai dizendo que o Leão era muito mais goleiro do que o Félix e que o Luís Pereira punha o Brito no bolso, bem ou mal eles foram titulares em 74.
Foi pelas mãos de meu pai que fui ao Palestra Itália. Primeira partida de um campeonato paulista, contra o Saad*. Chegamos com o jogo em andamento e o visitante já estava na frente do placar.
- Eu sabia, esses pequenos sempre engrossam com o Parmera (desabafou meu pai tentando justificar uma possível frustração minha). Minha emoção era tanta que o resultado pouco importava. Acho que o Saad chegou a fazer dois a zero e o Palmeiras conseguiu o empate no segundo tempo. Assistir uma partida com meu pai já era uma goleada...
Depois desse jogo não perdi mais uma partida do Palmeiras e, seguindo a tradição, pelo rádio, que os tempos eram de economia brava e o longínquo Palestra Itália era uma viagem para quem morava no km 12 da Via Anchieta.
Depois fui desvendando minha árvore genealógica e, embora meus avós tenham permanecido distantes durante minha infância, descobri que ambos, paternos (Izepetto) e maternos (Santucci), eram verdes. Como em casa reina a total democracia, meus dois filhos também o são...
Acostumei com um time vencedor: Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca, Dudu, Ademir da Guia, Leivinha, Edu, César e Nei. Dos reservas, Fedato e Ronaldo também marcaram minha lembrança. Mas não sou Palmeirense por ter conhecido um time papa-títulos, mas porque tem a ver com família, tradição, genética, dna, macarronada de domingo, brachola, vinho e mamma mia!

Edman Izipetto, jornalista, descendente de italianos graças a Deus!
18/01/2006

* não quis pesquisar dados concretos como data, quem fez os gols e estatísticas já que a idéia da crônica eram lembranças.

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