sexta-feira, 24 de junho de 2005

Não se muda a história em segundos, mas sua direção é possível corrigir...

É muito fácil bater. E isto o PT sabe muito bem. Mas desde a luta das diretas, a ala almofadinha do PMDB, que mais tarde viraria PSDB, apenas aturava “aquele pessoal de macacão sujo de graxa”, pois eles eram bem mais frenéticos que seus filiados e eram úteis para fazer barulho, apenas isto.
O Brasil tem mais de 500 anos de história, pouco tempo de vida independente (se é que o teve algum dia) e muito, muito pouco mesmo de vida democrática. É um segundo se fizer uma comparação matemática. É um estalo de dedos, mesmo que este gesto seja o de contar notas.
O que o bufão Jefferson relatou é o que ele fez, faz e continuará fazendo, (ele tem mais de 25 anos de politicagem nas costas e nos bolsos) daí a riqueza de detalhes que até agora a imprensa não quis aprofundar. De réu, citado numa fita de vídeo, está virando mártir. Como o tal do santo Marinho, ladrão de galinha que é corrupto, pediu emprego ao padrinho e agora tenta incriminar apenas diretores do PT.
Não são jornalistas que destacam as manchetes, muito menos os fatos. São os donos da mídia. A imprensa está à míngua, vendendo bens para se manter e não consegue financiamentos. A dívida vem dos bons e honestos tempos de FHC, do dólar barato, bancos sendo socorridos (mui amigos) e a festa da importação desmedida. O ápice foi a venda de estatais, com financiamento do BNDES. Onde está toda aquela dinheirama? Era apenas papel.
Independente de acertos políticos, o governo Lula não vendeu nada e ainda obrigou a Petrobrás utilizar indústria nacional na construção de suas plataformas. A situação energética era tão grave antes e, mesmo com a economia aquecida, não tivemos apagão. Fez a primeira correção na tabela de IR em dez anos. E tem gente comendo, o básico, mas comendo, por conta do Fome Zero.
E está mexendo no ninho do mandacaru. O projeto São Francisco vai tirar o “puder” de muitos coronéis que sobrevivem da miséria do sertão. Isto já é demais e a melhor prova disso é que Antônio Carlos Magalhães é contra.
Estudar história não é decorar nomes e datas, mas alinhavar os acontecimentos. Lula ser o presidente do Brasil é um marco neste país oligárquico. Incomoda. Acharam que não ia dar certo, que o país iria mergulhar no caos. Entregaram o país na beira dele. Mas erraram a estratégia e, costurando prós e contras, foi Lula quem tirou o país da vulnerabilidade externa. Foi demais e a perspectiva de reeleição é inconcebível pelas oligarquias.
É preciso ler as manchetes e enxergar a notícia. Juntar fatos que pareçam antagônicos, contar quem tem mais espaço e julgar, é esta palavra mesmo, para onde a notícia quer te levar.

Edman Izipetto
Jornalista, poeta, palmeirense e eleitor do PT
24/06/05

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