quinta-feira, 5 de junho de 2008

Você faz parte

            Datas são marcos, umas pessoas dão importância, outras ignoram, muitas esquecem e a grande maioria comemora sem saber o porquê. Mas dia do Meio Ambiente é sério, muito mais que calendário, afinal onde é que vivemos?
            Você já parou para pensar o que faz com a água? Nós a represamos na nascente, a batizamos com cloro e outros ingredientes e a devolvemos completamente suja, de gorduras, detergentes, urina e coco. A água, que antes percorria limpa o rio, agora é agregada de “humanidade”, engrossada de dejetos e falta de oxigênio. Nós temos que viver, não vivemos sem a água, mas fazemos de tudo para que ela se esgote no esgoto da imprudência. Já li isso alguma vez, não é meu, mas é apropriado: ninguém deixa a torneira da mais fina Champagne aberta enquanto entorna a taça, faça isso com a água que você usa.
            E nossos lixos, como é difícil reciclar. Há tantos contratempos que às vezes é melhor jogar tudo junto mesmo. O papel assim pode o assado não, o plástico de fundo tal serve o outro não, latinhas amassadas, plásticos lavados e sem rótulo, retira as tampas de metal. Qual é? Assim que ninguém vai reciclar mesmo... Por que o alumínio deu certo? Porque é simples, pisa e pronto, separa e tem sempre alguém recolhendo. Que tenha especialistas ou mão de obra para separar o papel, os plásticos, os vidros, e que ganhem com isso. Até hoje não sei se aqueles sacos de salgadinhos, metalizados e engordurados, podem ser colocados em plásticos, metal ou orgânico (e todo dia tem um na entrada da minha casa, largado por um futuro obeso ou hipertenso).
            E sua área verde, você cuida dela? Você deixou algum lugar para a terra respirar onde mora? Você já plantou uma árvore hoje?
            Mais do que distribuir mudinhas, e isso é didático e importante também, precisamos preservar as já existentes. Uma árvore viva na grande São Paulo é uma guerreira, uma linhagem especial da espécie, e merece ser reverenciada. Alguém resolveu plantar árvores frutíferas há 30 anos e os pássaros voltaram. Quem sabe a garoa também volte se plantarmos agora a flora nativa da Mata Atlântica que cobria os morros por aqui. Quem sabe não trazemos de volta a cor azul cobalto do horizonte em substituição ao laranja mercúrio de hoje. Quem sabe nossos rostos fiquem menos sujos de pó preto. Quem sabe não tenhamos um ambiente inteiro para viver se cada metro quadrado disponível tiver uma planta respirando.
            O que você fez hoje pela sua Terra?

Edman Izipetto
05/06/08

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