sexta-feira, 15 de novembro de 2002

Deus é brasileiro!

Beijar criancinhas é coisa do passado. Em campanha globalizada, estampar o seu credo parece, a alguns a’postulantes, um modus operandi imprescindível, em alguns casos único, como currículo. As urnas, que não lembram mais as sacolinhas que correm por esses cultos anglo-bárbaro-bíblicos, ignoraram este apelo de pouca fé. Os votos dizimaram os “candidatos de Cristo”.
Representante do mais puro sincretismo epistolar eleitoreiro, o PSB (Partido da Society Bíblica), os únicos estados em que conseguiu governador podem ser explicados pela dialética marxista, ou seja, atéia.
No Rio de Janeiro, a Calcinha do Garotinho. Um estado que está ao Deus dará desde que JK inaugurou Brasília, só o poder paralelo poderia assumir. O casal de radialistas de Campos dos Goytacazes disputa na voz quem grita mais alto ao Senhor, não seria diferente no Palácio das Laranjeiras. Ele, o Gordinho, falou grosso nos dois anos de governo, mas quem mandava era a Calcinha...
Nas Alagoas de praias lindas o mega coronel bem que tentou, mas o Lessa levou. Collor é o Maluf de computador. “Minha gente” não colla mais, tem que ser “irmão”... E na cabeça do alagoano vamos Lessa que está bem a bessa!
Mas onde haveria um triunfo do PSB, vitória predestinada? No Espírito Santo... Paulo, que não é o de Cafarnaun, não quis esperar o show dos leões. Cravou no primeiro turno, pois nos outros estados os pagãos podem governar, mas no Santo o espírito é mais embaixo (ou alto?). Aliás, o candidato Apostilário concorreu ao governo errado. Só no Espírito Santo é que ele poderia deixar nas mãos de Deus...

                                                                                             
                                                                                              Novembro/2002

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